Apesar das resmunguices, das desgraças, das pias e vasos sanitários para limpar diariamente, pouco tenho do que reclamar, esse praticamente-um-ano morando sozinha me amadureceu imensamente por dentro e por fora. Não foi o primeiro ano da minha vida estando por conta, já fiz intercâmbio, já ralei bastante para sobreviver nesse mundão de meu deus, mas esse ano foi especial, foi em 2011 que eu experimentei a vida de casada aos finais de semana, que eu aprendi a respirar fundo e ir atrás de uma barata antes de começar a chorar, que eu aprendi a cuidar com carinho e capricho do que eu conquistei com o meu suor, afinal, nada caiu do céu. Em 2011 eu descobri que além de quarto, banheiro e cozinha, eu moro no meu corpo, eu tenho que cuidar da minha saúde para poder cuidar do resto, me forcei a comer frutas, a cozinhar legumes, a reduzir a gordura, muito menos por razões estéticas do que por responsabilidade com o emprego e a faculdade. Eu aprendi a fazer risotos, lasanhas, pato! E quase aprendi a jogar videogame.
A Dona Susan Miller (astróloga ban-ban-ban) andou falando sobre eclipses e revoluções na vida dos librianos, não que eu tenha dado muita atenção, geralmente presto mais atenção nos dias mais propícios a romance, mas parece que eu começo a sentir os efeitos dos astros sobre a minha vida. Ou de Deus, ou da Mãe-Natureza, ou dos meus próprios atos. Cada um entende como quer.
2012, o ano do fim do mundo, começou com um fim para mim, o fim dessa fase maravilhosa e difícil que foi "viver a um". De repente, de todos os lados eu estava sendo bombardeada por falta de saída, senti meu tapete sendo puxado com força e me desesperei. Precisei de um momento para parar e refletir sobre prioridades, tempo, vontade, futuro, todas aquelas decisões difíceis que a gente encontra pelo caminho depois que começa a cuidar do próprio nariz e foi aí que eu percebi que orgulho não me ajudaria em nada agora.
A questão é: o trancamento da faculdade para o intercâmbio e a troca da habilitação no meio do curso me atrasaram imensamente, trabalhar em absolutamente todos os horários vagos, passar duas horas no trânsito, chegar em casa, fazer comida, cuidar de mim, organizar compromissos e estudar pelo menos três horas de gramática alemã simplesmente não cabiam em 24h. E foi aí, no meio do furacão, que eu tive que escolher dar um passo para trás para dar dois para frente.
Mas vamos lá, sendo bastante otimista, a gente faz escolhas para os nossos gastos: eu escolhi morar sozinha, pagar aluguel, supermercado, convênio médico, farmácia, transporte, alimentação, roupas... uma delícia! Mas ao mesmo tempo eu excluí qualquer possibilidade de fazer academia, viagens, passeios aos finais de semana, e afins. Por um ano eu só quis chegar em casa e simplesmente dormir - comer era luxo, cozinhar para ter que limpar estava fora dos planos -, aos finais de semana eu precisava ficar com o namorado, dormir e estudar, se desse. E ficar com o namorado era basicamente dormir nos primeiros quinze minutos de qualquer filme. Pelos próximos seis meses/um ano eu opto por estudar decentemente, fazer exercícios, trabalhar moderadamente fazendo o que eu gosto, curtir a vida no interior, aproveitar os finais de semana com criatividade, namorar muito e comer muita comida de mãe.
E, claro, recarregar as energias para dar os tais dois passos para frente.
A Dona Susan Miller (astróloga ban-ban-ban) andou falando sobre eclipses e revoluções na vida dos librianos, não que eu tenha dado muita atenção, geralmente presto mais atenção nos dias mais propícios a romance, mas parece que eu começo a sentir os efeitos dos astros sobre a minha vida. Ou de Deus, ou da Mãe-Natureza, ou dos meus próprios atos. Cada um entende como quer.
2012, o ano do fim do mundo, começou com um fim para mim, o fim dessa fase maravilhosa e difícil que foi "viver a um". De repente, de todos os lados eu estava sendo bombardeada por falta de saída, senti meu tapete sendo puxado com força e me desesperei. Precisei de um momento para parar e refletir sobre prioridades, tempo, vontade, futuro, todas aquelas decisões difíceis que a gente encontra pelo caminho depois que começa a cuidar do próprio nariz e foi aí que eu percebi que orgulho não me ajudaria em nada agora.
Mas vamos lá, sendo bastante otimista, a gente faz escolhas para os nossos gastos: eu escolhi morar sozinha, pagar aluguel, supermercado, convênio médico, farmácia, transporte, alimentação, roupas... uma delícia! Mas ao mesmo tempo eu excluí qualquer possibilidade de fazer academia, viagens, passeios aos finais de semana, e afins. Por um ano eu só quis chegar em casa e simplesmente dormir - comer era luxo, cozinhar para ter que limpar estava fora dos planos -, aos finais de semana eu precisava ficar com o namorado, dormir e estudar, se desse. E ficar com o namorado era basicamente dormir nos primeiros quinze minutos de qualquer filme. Pelos próximos seis meses/um ano eu opto por estudar decentemente, fazer exercícios, trabalhar moderadamente fazendo o que eu gosto, curtir a vida no interior, aproveitar os finais de semana com criatividade, namorar muito e comer muita comida de mãe.
E, claro, recarregar as energias para dar os tais dois passos para frente.