Pages

Uma vez, na Irlanda, meu housefather me disse no meio de uma conversa cheia de cumplicidade "for you the grass is always greener on the other side" (pra você a grama é sempre mais verde do outro lado). Eu quis rebater achando que fosse uma crítica, mas baixei a guarda e me limitei a responder "indeed" (de fato). Naquele momento eu refleti e deixei de me considerar alguém que só corria atrás do melhor e que tinha o tapete puxado pela vida, eu percebi que o caso era mesmo de uma insatisfação constante com tudo o que me acontecia, fosse bom ou não. Até então eu usava - e continuo usando - a desculpa de que é essa insatisfação que faz o meu mundo girar e que impede que eu me acomode em uma vida que não me acrescenta o suficiente.

O caso é: will my grass ever be green enough? (minha grama chegará a ser verde o suficiente?) Ou eu vou ter que passar a vida regando, adubando, cortando sem ver grandes progressos? É falta de otimismo? Distorção da realidade?



E depois de tantas mudanças, eu já não me sinto no caminho certo de novo. Minha grama secou. E por mais que eu saiba que para começar do zero o trabalho é muito mais pesado, conquistar as coisas com muito suor é só o que me faz sentido no momento.
Preciso voltar a viver a um.


Uau, faz o que? Um ano que eu não posto? Quase isso.
Por mais que eu tivesse vontade e ensaiasse dividir momentos interessantes aqui, muitas coisas me impediram, tipo o nome do Blog. Não faz sentido eu postar num blog sobre viver sozinha, uma vez que já faz um tempão que eu voltei a morar com a família, e dividir muitos detalhes sobre a vida em família pode causar constrangimentos na hora do jantar.

Enquanto eu repenso o nome do blog e matuto alguns posts que podem ser interessantes, hoje eu quero dividir uma experiência inédita na minha vida: fazer um pudim dar certo.
Desde a época em que eu morava sozinha venho ensaiando receitas e macetes de pudim. Não posso dizer que tentei tantas vezes assim, alguns de vocês já sabem, mas é sempre bom avisar: eu sofro da maldição do doce. Eu faço o salgado que você quiser, mas se eu encostar uma colherinha na massa de um bolo, mesmo de caixinha, dá errado. Insisti um tempo no pudim porque é um dos únicos doces que o meu namorado gosta, e como diz que marido se conquista pelo estômago...
Enfim, tentamos várias receitas juntos, separados, até que nesse final de semana encontramos um vídeo com um pudim de aspecto maravilhoso, mas acabamos não tendo tempo para tentar. Ei-lo:

Pudim de Leite Moça - Nestle

Gostei porque dá várias dicas que as pessoas normalmente não explicam na receita, por exemplo que os furinhos são causados pela temperatura do forno (e meu namorado odeia os furinhos). Em outro lugar eu li que a massa precisava ser despejada com uma peneira, o que não fez nenhuma diferença no resultado final, o pudim ficou bem furado.
Outra coisa legal é que nessa receita vão duas medidas de leite para uma de leite condensado, deixando ele bem levinho.

Com vocês, meu primeiro pudim que deu certo!
                           
                                   



Ele não ficou lindo como o do vídeo. Ficou um pouco mais clarinho porque eu deixei menos tempo e com alguns furinhos, mas a prática leva a perfeição, não é mesmo?
Um dos pontos positivos de se viver a quatro é: todos comeram, repetiram e elogiaram muito. :)

PS: amor, se a próxima receita sair sem furinhos, aguardo um anel bem lindo com uma pedra bem cara. Beijos.