Pois que eu andei sumida experimentando o lado bom de se viver a um, é verdade.
Decidi que encontrei a minha paz interior com pequenas mudanças que eu mantive por uma semana sem interrupção. Eu não tinha do que reclamar - e os poetas verdadeiros sabem que a melancolia e o desespero são essenciais (não a toa, A Pia, O Beco foi o grande sucesso desse blog) - fiquei, então, reclusa na minha infinita paz de espírito pensando na grande evolução:
Decidi que encontrei a minha paz interior com pequenas mudanças que eu mantive por uma semana sem interrupção. Eu não tinha do que reclamar - e os poetas verdadeiros sabem que a melancolia e o desespero são essenciais (não a toa, A Pia, O Beco foi o grande sucesso desse blog) - fiquei, então, reclusa na minha infinita paz de espírito pensando na grande evolução:
- Mudei os móveis de lugar e deixei tudo mais aconchegante;
- Usei o micro-ondas loucamente, fiz várias refeições sujando uma vasilhinha e um talher;
- Comprei um superbonder e resolvi 95% dos meus problemas práticos na casa: arrumei o pezinho da minha tábua nova de vidro temperado (que não fica engordurada, não mofa, não fica feia), arrumei a entrada do plug do celular que havia caído, arrumei a tampa de duas panelas;
- Comprei um pacotinho de Command (aquelas fitas que são como um velcro plástico que colam quadros na parede e saem sem estragar a tinta) e preguei meu mural;
- Comprei uma caixa de incensos de relaxamento;
- Mantive a casa absolutamente arrumada, não fazia nem xixi depois do trabalho sem antes limpar tudo!
Me senti mais aconchegada na minha própria casa, meus deveres fluíam melhor, me senti repentinamente mais madura (?), mais experiente (??), me sentia capaz de trocar uma lâmpada! (!!!)
Eis que o final de semana e chegou e com ele, o dia do namorado vir ficar comigo. Sábado à noite passamos pela maravilhosa experiência de cozinhar a dois: fizemos um risoto delicioso de brie com manga e salmão defumado, regado a vinho branco, muitos carinhos e juras de eterno amor, como se não houvesse amanhã.
Os amores foram tantos que amanhã chegou e a louça ficou, quando ele foi trabalhar e eu fiquei fazendo outras coisas que deveriam ser feitas: ver o jogo do Corinthians, fazer a unha, escolher um cabelo/maquiagem para a balada daquela noite, e, para piorar, meu secador novinho pegou fogo quando eu fui usá-lo pela primeira vez. Então acabei saindo atrasada e não deu tempo de limpar. Saímos, nos divertimos muito, voltamos de madrugada. Não era hora de lavar louça. Mas aí que eu estava exausta, acordei uma hora e meia atrasada para ir trabalhar, peguei um táxi correndo, estava um calor de matar, e isso, e aquilo e... e... e... apareceu uma barata na minha casa.
Quem descobriu o monstro foi ele, que até tentou matá-lo (como prova o travesseiro em cima do guarda-roupas, a cama no meio do quarto, o banco de cabeça pra baixo em cima de um prato em cima o fogão), mas a nojenta se escondeu e ele teve que ir embora mesmo assim. Passei o dia sem querer voltar para casa, mas como não havia outra opção, antes passei no mercado e saí munida de sprays, caixinhas pretas com veneno e mil produtos de limpeza. A maturidade, a segurança e a independência tinham ido embora a partir do momento em que eu deixei de lavar os pratos e agora eu era novamente aquela universitária cansada e indefesa, cheia de relatórios para fazer e uma barata para matar.
Antes que eu pudesse criar coragem de encará-la, ela, como que para me testar, saiu se exibindo e correndo para trás da minha sapateira. Mais do que medo ou nojo, eu tive muita raiva: "atrevida do caramba"! Saquei o spray de citronela e espirrei tanto, mas tanto, mas tanto, que eu quase morri junto. Me tranquei no banheiro tentando recuperar o fôlego e aproveitei para refletir e me prometer mil vezes jamais deixar a louça suja novamente - lição aprendida - e recuperar toda a minha paz de espírito de uma vez por todas... assim que alguém vier tirar aquele cadáver, prova da minha auto-sabotagem, de trás da minha escrivaninha.
MÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃEEEEEEEEEEEEE!!!
3 comentários:
veja pelo lado positivo: em algumas cidades nesse mundão acontece a mesma coisa....só que com ursos!
Não deveria ter lido isso... se uma barata chegou aí, pode chegar aqui também!
Saiba que se uma barata aparecer na minha casa, eu vou bater na sua porta seja a hora que for... haha, é sério!
Ai como eu odeio barata!
um dia cheguei da USP, mais de meia noite, entrei no quarto e a safada estava em cima da minha cama!!!
O H O R R O R!
Tem que dar um jeito no corpo! Ou arranjar um gato, eles comem! huahaua
Brincadeira!
Mas você está se virando muito bem!
Não acumule louça mais!!
beijus
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